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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Poemas de José Miguel Silva
Poemas:
José Miguel Silva - Biografia
José Miguel Silva nasceu em Maio de 1969, em Vila Nova de Gaia. Publicou os seguintes livros de poesia: O Sino de Areia (Gilgamesh, 1999), Ulisses Já Não Mora aqui (&etc, 2002), Vista Para um Pátio seguido de Desordem (Relógio D’Água, 2003), 24 de Março (2004) e Movimentos no Escuro (Relógio D’Água, 2005). Alguns dos seus poemas estão incluídos na antologia Poetas Sem Qualidades (Averno, 2002). José Miguel Silva também é tradutor, colabora esporadicamente em revistas literárias e participa no blog Ad Loca Infecta.
Joseph Losey - Biografia
Sua carreira começou com o curta-metragem "A Gun in his hand", em 1945, e três anos depois fez o seu primeiro longa-metragem, "O Menino dos cabelos verdes", em 1948, uma obra de vigoroso apelo antibelicista e anti-racial.
Quatro filmes depois, a carreira de Losey é bruscamente interrompida, no início da década de 1950 pela ação do macarthismo, que incluiu o seu nome na famigerada lista negra de Hollywood. Impedido de trabalhar, muda-se para Inglaterra.
Abre-se, assim, um novo período na vida e na carreira do diretor, marcado, nos primeiros anos, por grandes dificuldades. Mesmo distante da América, é obrigado a usar pseudônimo nos filmes que dirige, ou, pior, sofre o constrangimento de vê-los assinados por um "testa de ferro".
Foi com o a estréia de "O Criado" em 1963, que Losey se fez conhecido internacionalmente e foi também a primeira de suas realizações britânicas que conseguiu alcançar popularidade nos Estados Unidos.
O seu filme "O Mensageiro", de 1971 com Julie Cristhie e Alan Bates, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e em 1976 com "Monsier Klein", estrelado por Alain Delon e Jeanne Moreau, conquistou o prêmio francês César como o "Melhor Filme" e "Melhor Diretor".
O rapaz de cabelo verde - Joseph Losey (1948) (José Miguel Silva)
O rapaz de cabelo verde era eu, em finais de setenta,
a fugir por entre silvas e valados, quando a turba
dos chacais acometia as minhas pernas de pardal,
e só de bicicleta me tirava eu de apuros, pois
as pedras, os apupos, as polés insistiam em mostrar-me
elementos capitais de filosofia política.
Pedalava sobre lágrimas, de volta para os braços
do meu sangue, trepava para o muro do quintal
e de lá esconjurava os assassinos: filhos de uma puta!
Anos depois - que alegria já não ser o mais
cobarde, ser a mão que traz o pau, a bofetada;
e rir entre os iguais, no renque dos ungidos:
o primeiro cigarro, o exame dos colhões - que sorte
ver as lágrimas cair e não serem as minhas.
a fugir por entre silvas e valados, quando a turba
dos chacais acometia as minhas pernas de pardal,
e só de bicicleta me tirava eu de apuros, pois
as pedras, os apupos, as polés insistiam em mostrar-me
elementos capitais de filosofia política.
Pedalava sobre lágrimas, de volta para os braços
do meu sangue, trepava para o muro do quintal
e de lá esconjurava os assassinos: filhos de uma puta!
Anos depois - que alegria já não ser o mais
cobarde, ser a mão que traz o pau, a bofetada;
e rir entre os iguais, no renque dos ungidos:
o primeiro cigarro, o exame dos colhões - que sorte
ver as lágrimas cair e não serem as minhas.
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